Por Paula Cajaty (*)
Atravesso distâncias como quem atravessa a si mesmo. Na lonjura, recupero brilhos, transformo olhares, renovo sorrisos, descortino mapas, reaprendo a simplicidade de sair apenas com três notas amassadas no bolso, reencontro aquele antigo desejo tanto e tão grande de tudo, num abraço quente, longo, quase eterno.
No retorno, atravesso a mim mesma como quem atravessa os ares. Trazendo na mala um pouco mais de saudades, um pouco mais de encantos, um pouco mais de leveza. Trazendo a vontade de voar de novo… e alguns poucos chocolates para encontrar o outono.
*Paula Cajaty é escritora.