Política Internacional: Sobre a prisão dos manifestantes no ato contra Obama

Por Luciana Guedes Há um abaixo assinado para o imediato arquivamento do processo criminal preparado contra os 13 manifestantes que foram injustamente presos na noite do dia 18 de março. http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8248

Por Luciana Guedes, no site “Olhar Virtual

A Faculdade de Direito (FD) da UFRJ realizou na última quinta-feira (31/03) um ato público em favor dos 13 presos políticos que protestavam contra a vinda de Barack Obama ao Brasil, no dia 20 de março. O ato também visa a promover as liberdades democráticas e a descriminalização dos movimentos sociais.

Flávio Alves Martins, diretor da Faculdade de Direito, comentou a prisão dos manifestantes. ”Ela feriu o direitos dos manifestantes. Eles foram presos de forma arbitrária, eles estavam amparados pela constituição federal, com direitos como a liberdade de expressão. O fato que levou à prisão foi o lançamento do ‘coquetel molotov’ (uma arma incendiária caseira). Ninguém identificou quem foi, ninguém provou de onde partiu, e nada foi encontrado com os presos”, completou o diretor.

O professor Martins entende que o atentado foi puramente relacionado a questões políticas. “Entendo que foi político. Os próprios pedidos feitos para eles serem colocados em liberdade foram negados. Todos eram identificáveis, sem passagem na polícia…” Os preso só foram liberados após a partida do presidente americano.

Entre os detidos estão dois alunos da UFRJ, um da Faculdade de Direito, Thiago Loureiro e outro da Faculdade de Letras, Gabriel de Melo. Gabriel esclarece os motivos para o protesto do dia 18: “Protestávamos contra o Obama, porque para nós a visita dele tem a ver com acordos com a presidente Dilma sobre o pré-sal, e, na verdade, é uma nova forma de Imperialismo.”

“A mídia tentou criar a ilusão de que todos estavam a favor”, completa o estudante. Gabriel diz que o grupo no qual ele estava se separou do restante e a prisão só aconteceu quase meia hora depois da confusão.

“Estávamos no meio do discurso fazendo o jogral (uma espécie de coro em resposta às falas daquele que discursa), finalizando o discurso. Foi aí que começamos a ouvir explosões. A maioria dos manifestantes correu para a Cinelândia e o meu grupo foi em direção à Avenida Beira Mar. Meia hora depois, quando voltávamos para a Cinelândia, fomos presos.”, disse o estudante. “Foi só pela PM que recebemos a informação de que o coquetel molotov fora jogado.”

Os ativistas, após serem levados para a delegacia e para o IML, foram encaminhados para presídios. Os homens foram para o presídio Ary Franco, em Água Santa. As mulheres foram levadas para a penitenciária em Bangu. O menor foi encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Até domingo a saída dos detidos foi negada. Segunda-feira, quando o presidente norte-americano deixou o país, os 13 foram libertados.

Gabriel acredita que o protesto, organizado na FD-UFRJ, deve pressionar as autoridades para o arquivamento do caso. “Várias entidades se somaram para promover esse evento. Nossa visão sobre a vinda do Obama é diferente, nós temos direito a isso. Na democracia quem gosta bate palma, quem não gosta protesta, e eu protestei”.

Há um abaixo assinado para o imediato arquivamento do processo criminal preparado contra os 13 manifestantes que foram injustamente presos na noite do dia 18 de março. Segue o link: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8248

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Poesia Social: Poema Manifesto (homenagem às crianças mortas em Realengo)

Por Ana Helena Tavares Escrevi esse poema em 2005, por ocasião do famigerado “Referendo das armas de fogo”. Eu nunca o havia publicado em lado algum. Desengaveto-o agora, porque o inominável episódio do massacre em Realengo me fez lembrar dele.

 

Escrevi esse poema em 2005, por ocasião do famigerado “Referendo das armas de fogo”. Eu nunca o havia publicado em lado algum. Desengaveto-o agora, porque o inominável episódio do massacre de hoje me fez lembrar dele.

Manifesto

Não quero a ditadura
Das coisas fajutas
Quero a agrura
Das lutas!

Lutas por um ideal
Justo e desarmado
Arma de fogo é fatal
E não é do meu agrado

Quero transformar sem destruir
Matar não pode ser direito
Armas de fogo só podem garantir
Um mundo doente e desfeito

Não é porque é usada pelo ladrão
Que eu também preciso usar
Seria como ver muito lixo no chão
E, só por isso, continuar a sujar…

Nessa sujeira não vou me meter
Nada garante que meu revólver de aço
Vá de um criminoso me defender
Mesmo armada não o ameaço!

Bandidos não têm o que perder
“Mãos ao alto! Não dê mais um passo!”
Paro, não tenho o direito de morrer…

18 de Outubro de 2005,
Ana Helena Ribeiro Tavares

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