
Por Marcos Habib*, texto dedicado a Vanessa Vasconcellos de Teresópolis/RJ
O Papa Francisco como bom profeta e visionário conclamou o sínodo da Amazônia. Sua preocupação com meio ambiente e as mudanças climáticas é digna de apreço, bem como sua forma de respeitar a biodiversidade e tudo que nela há. Ele soube acolher todas as visões a respeito desse tema maravilhoso.
Para compor a delegação a Roma, ele não apenas convidou bispos católicos mas também religiosos protestantes que têm trabalhado com a Amazônia. Lá, estão o pastor Nicolau Paiva, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), o Moab Carvalho, da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) e até o clérigo Cláudio Miranda, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB).
O Sínodo tem sido um marco para o ecumenismo. Nunca um papa chamou lideranças de outras religiões para ajudar a formular documentos religiosos. O Papa Francisco no Sínodo da Amazônia mostra que a visão da Amazônia não pode ser uma visão única e vertical, mas plural e horizontal. Sua escuta e sua atenção para palavras de religiosos não católicos têm sido importante.
Cabe a nós ouvir a voz desses profetas que clamam por justiça e por direitos, como clamaram Isaías, Ezequiel e Amós no texto sagrado da Bíblia. Que o legado ecumênico do Papa Francisco possa ecoar nas várias dioceses do Brasil, mesmo porque está chegando a Campanha da Fraternidade Ecumênica do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).
*Marcos Vinicius Habib Moreira é professor de teologia latino-americana, Pastor Batista, membro da Aliança de Batistas do Brasil, Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, e Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito