-> Para o meu amigo Anderson de Souza, que adora me dizer: “Tá vendo aquele assunto ali? Mete a caneta, menina!!! Cria polêmica!!!”
Um povoado pobre da Baviera alemã, uma família sem ambições. Era Sábado de Aleluia, quando nasceu o menino. Na Páscoa foi batizado.
A mãe era uma bela cozinheira de vastos olhos claros, o pai um comissário de polícia do Reich. E aquele abençoado menino tinha também um priminho, que sofria de síndrome de down e foi morto aos quartoze anos pelo regime nazista.
Aqueles pais muito lutaram para, em tempos de fome, prover estudo ao menino e à sua irmã mais velha, Maria. Aquele pai muito lutou para, em tempos de guerra, ensinar aos filhos que o nazismo só trazia sangue.
Ainda assim, o menino, já jovem, ao invés de lutar contra aquele regime assassino que havia matado seu primo, alistou-se num movimento hitleriano. Foi compulsório?
Talvez esteja aí a mostra de todo o senso de justiça que o permitiu se tornar padre. A importância de pronunciar constantemente a palavra perdão também deve vir de lá.
Uma praça nobre no coração de Roma, muitas famílias, muita esperança. É Sábado de Aleluia. Na Páscoa, o menino estará na sacada.
13 de Maio de 2009,
Ana Helena Tavares
Obs. importante: Este é um conto de não-ficção. Todos os personagens são reais e todas as informações sobre a história de vida deles constam em registros biográficos.