
A moça pobre estirada no chão
Adormece na cama de cimento
O senhor com o cigarro na mão
Sorri em meio ao fumo cinzento
A moça que não larga o celular
Se sente na moda, se sente chique
A trabalhadora cheia de bolsas pra carregar
Se vê a ponto de um chilique
O mauricinho rói unhas… Velho vício
Música e buzina a se misturar
Os aposentados seguram cartões de benefício
Benefício de que? Parecem pensar…
O soldador se arrisca sem segurança
Talvez seja o sustento de sua casa
O motoqueiro na calçada esbanja confiança
Até parece que sua moto tem asa
E o sono de quem segura cartazes?
Opa! Cuidado, assim a placa cai…
Mas o pior são os que já perderam as bases
É triste não se saber pra onde vai…
Mas sempre há quem tente clarear a estrada
A maravilha da cidade é seu povo camarada.
Ana Helena Ribeiro Tavares,
10/07/08