– “Um minuto pro Senhor Jesus!”
– “Pra quem? Olha, se for negócio de religião nem adianta”, dizem os senhores apressados.
– “Só quero lhe entregar esse papel. Fala de Jesus.”
– “Ora, faça-me o favor! Acha que vamos cair nessa?! Somos esclarecidos!”, dizem e lá se vão soltando fogo por todos os poros.
– “A paz de Jesus, senhores”.
O diálogo é verdadeiro e o presenciei recentemente ao passar tarde da noite pela porta de uma igreja evangélica.
Ainda que eu acredite muito em Deus, nunca me envolvi com religião nenhuma, mas ao me deparar com a cena não pude deixar de refletir sobre o que mesmo aqueles dois senhores acham que é ser esclarecido.
Intolerância é esclarecimento? Medo de contestar as próprias certezas é esclarecimento? Quem está de fato seguro no que pensa, no que crê, precisa tratar mal o diferente?
Não, de esclarecidos não tinham nada.
15 de Novembro de 2008,
Ana Helena Ribeiro Tavares