Artistas cubanos realizam espetáculo contra a homofobia

EFE: A 4ª Jornada cubana contra a Homofobia se estenderá até o dia 17 de maio com atos em pelo menos dez das 15 províncias do país, e terá sua atividade central na cidade oriental de Santiago de Cuba.

Mariela Castro (preto e vermelho), diretora do Cenesex e filha do presidente cubano, Raúl, participa do evento em Havana

Matéria da Agência EFE*, direto de Havana

Artistas e transformistas cubanos protagonizaram este sábado (07/05) uma festa contra a homofobia no teatro Karl Marx de Havana, o mais importante da ilha, perante um efusivo público de cinco mil pessoas que foi para apoiar a causa da diversidade sexual. 

O espetáculo reuniu populares cantores em Cuba, como Hayla e Maria Antonieta, reconhecidos artistas do transformismo, como Imperio, Margot e Chantal, junto a músicos, dançarinos e modelos. O público, em sua maioria membros da comunidade gay, desfrutou de três horas de música com clássicos da canção cubana, famosas peças de musicais como “Cabaré” e “Cats”, e sucessos internacionais de artistas como Whitney Houston, Beyoncé e Rihanna.

A festa foi organizada pelo Cenesex (Centro Nacional de Educação Sexual) e é uma das atividades em Cuba pelo Dia Mundial contra a Homofobia. A diretora do Cenesex, Mariela Castro, filha do presidente cubano, Raúl Castro, assistiu ao evento e recebeu homenagem dos artistas e do público, em um aparte da festa que também honrou a memória de sua mãe, a revolucionária Vilma Espín (1930-2007).

Além disso, participaram o presidente da União de Escritores e Artistas de Cuba, Miguel Barnet, e o Chefe do Departamento Ideológico do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, Rolando Alfonso Borges. “Esta revolução torna-se muito mais invencível se todos e todas estivermos unidos”, afirmou Margot, um dos transformistas que conduziu o espetáculo, no qual eram vistas várias bandeiras do arco-íris na plateia.

A 4ª Jornada cubana contra a Homofobia se estenderá até o dia 17 de maio com atos em pelo menos dez das 15 províncias do país, e terá sua atividade central na cidade oriental de Santiago de Cuba. Com o apoio de outras instituições, o Cenesex organizou um programa que também inclui conferências, exposições, apresentações de livros, entre outros atos.

Nos últimos anos esse centro liderou uma insistente campanha para sensibilizar nos planos político e da opinião pública a respeito da diversidade sexual. Entre as conquistas do trabalho da instituição está a legalização das operações de mudança de sexo e a apresentação ao Parlamento de um projeto de lei que modificaria o Código de Família, com aspectos como a união legal entre casais homossexuais.

*Fonte: “Opera Mundi

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Reflexões do companheiro Fidel: O assassinato de Osama Bin Laden

Por Fidel Castro A própria opinião pública dos Estados Unidos, após a euforia inicial, vai acabar criticando os métodos que, longe de proteger os cidadãos, acabam multiplicando os sentimentos de ódio e vingança contra eles.

Por Fidel Castro

Aqueles que se ocupam com estas questões sabem que, em 11 de setembro de 2001, o nosso povo se solidarizou com os Estados Unidos e ofereceu uma modesta cooperação no campo da saúde para as vítimas do brutal atentado às Torres Gêmeas em Nova York.

Também imediatamente oferecemos pistas de voo em nosso país para aviões norte-americanos que não tiveram onde pousar, devido ao caos reinante nas primeiras horas após o golpe.

É sabida a posição histórica da Revolução Cubana, que sempre se opôs a ações que põem em perigo as vidas dos civis.

Adeptos decididos da luta armada contra a tirania de Batista, éramos, no entanto, contrários por princípio a qualquer ato terrorista que conduzisse a morte de pessoas inocentes. Tal ideologia, mantida ao longo de mais de meio século, dá-nos o direito de expressar uma opinião sobre esta delicada questão.

Em um ato público massivo realizado na “Ciudad Deportiva”, manifestei, naquele dia, a convicção de que o terrorismo internacional nunca será resolvido pela violência e pela guerra.

É verdade que foi, durante anos, um amigo dos Estados Unidos, que lhe treinou militarmente, e adversário da URSS e do socialismo. Porém, independente dos atos atribuídos a Bin Laden, o assassinato de um ser humano desarmado e cercado pela família é um fato repugnante. Aparentemente é isso que fez o governo da nação mais poderosa que já existiu.

O discurso cuidadosamente preparado por Obama para anunciar a morte de Bin Laden diz: “…sabemos que as piores imagens são aquelas que foram invisíveis para o mundo. A cadeira vazia na mesa. As crianças que se viram obrigadas a crescer sem suas mães ou pais. Os pais que nunca mais voltarão a sentir o abraço de um filho. Cerca de 3 000 pessoas foram levadas para longe de nós, deixando um imenso buraco em nossos corações. “

Este parágrafo contém uma verdade dramática, mas não pode impedir que as pessoas honestas lembrem-se das guerras injustas desencadeadas pelos EUA no Iraque e no Afeganistão, das centenas de milhares de crianças forçadas a crescer sem a mãe ou o pai e dos pais que nunca mais voltariam a sentir o abraço de um filho.

Milhões de cidadãos foram embora para longe de suas aldeias no Iraque, Afeganistão, Vietnã, Laos, Camboja, Cuba e outros países ao redor do mundo.

Das mentes de centenas de milhões de pessoas não foram apagadas as imagens terríveis dos seres humanos que em Guantánamo, território cubano ocupado pelos EUA, caminham em silêncio, submetidos durante meses ou até anos a insuportáveis e enlouquecedoras torturas; são pessoas sequestradas e transportadas para prisões secretas com a cumplicidade hipócrita de sociedades supostamente civilizadas.

Obama não tem como esconder o fato de que Osama foi morto na frente de seus filhos e esposas, agora nas mãos das autoridades do Paquistão, um país muçulmano de quase 200 milhões de pessoas, cujas leis foram violadas, sua dignidade nacional ofendida e suas tradições religiosas ultrajadas.

Como agora impedirão às mulheres e aos filhos do executado, sem Lei nem julgamento, explicar o que aconteceu e que as imagens sejam transmitidas para o mundo?

Em 28 de janeiro de 2002, o jornalista da CBS, Dan Rather, transmitiu por esta estação de televisão que no dia 10 de setembro de 2001, um dia antes dos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, Osama bin Laden foi submetido a uma diálise em um hospital militar paquistanês. Não estava em condições de esconder-se e proteger-se em cavernas profundas.

Assassina-lo e envia-lo para as profundezas do mar demonstram temor e insegurança, convertendo-o em um personagem muito mais perigoso.

A própria opinião pública dos Estados Unidos, após a euforia inicial, vai acabar criticando os métodos que, longe de proteger os cidadãos, acabam multiplicando os sentimentos de ódio e vingança contra eles.

Fidel Castro Ruz


=> Tradução especial para o QTMD?: Rodrigo Franco Fernandes

Clique aqui para ler o texto original em espanhol.

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